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Luz, raiva, ação! Kbela

Ponto de partida: Zózimo Bubul e seu brilhante “Alma no olho” (misteriosamente esquecido nos cursos e circuitos universitários de cinema) realizado com as sobras de película da produção de “Compasso de Espera”, filme protagonizado por Bubul e dirigido por Antunes Filho. Ali o corpo é a superfície viva sobre o qual deslinda-se uma trajetória, sobreContinuar lendo “Luz, raiva, ação! Kbela”

Kemetiyu, Cheik Anta Diop

Kemetiyu – Cheik Anta Diop (2016) “Na África, cada ancião que morre é uma biblioteca que se queima”. A famosa frase do malinês Hampaté-Bâ, ainda que se refira aos saberes orais dos anciãos africanos, pode ser aplicada ao escritor multidimensional Cheik Anta Diop. Formado em áreas tão diversas quanto Física, Filosofia, Química, Linguística, História, Egiptologia,Continuar lendo “Kemetiyu, Cheik Anta Diop”

Eu preciso dessas palavras escritas

Dedos tentam afagar a luz. Palavras ressoam com gravidade e tornam-se matéria cerzida no tecido. No rosto, sentimos o vento que atravessa o canavial e balança as flanelas dos  barcos presos no cais. Por fim, sufocados, nós sofremos com o cativeiro. A palavra bordada deve ser vista, ouvida e tocada, tudo de uma só vez. Continuar lendo “Eu preciso dessas palavras escritas”

Soleil Ô, ou: viagem ao coração das trevas*

Soleil Ô (1967), de Med Hondo, é um filme tão atual quanto algumas das questões que aborda – o racismo, as heranças do colonialismo, a imigração, a diáspora, o exílio, a modernidade, o anonimato da experiência urbana etc. Mas é em sua abordagem dessas questões que o filme encontra sua contundência, que torna possível o transbordamentoContinuar lendo “Soleil Ô, ou: viagem ao coração das trevas*”

Faces e Fases de Zanele Muholi (1)

Puleng Mahlati, Embekweni, Paarl, 2009. Foto de Zanele Muholi  © Michael Stevenson Gallery ( Zanele Muholi nasceu na África do Sul em 1972. Ativista lésbica, a artista ou ativista visual (como prefere se autodenominar) é uma das principais referências do movimento LGBT em seu país ao retratar o que ela mesma chama de  sexualidade queer negraContinuar lendo “Faces e Fases de Zanele Muholi (1)”

Por um cinema africano no feminino (III): “Um foco sobre as Mulheres Burkinabês no Cinema”*

Dando sequência às publicações que visam divulgar a produção e a participação de mulheres africanas no cinema, o FICINE traz este post escrito pela diretora e pesquisadora Beti Ellerson. O texto foi publicado originalmente em African Women in Cinema Blog, um espaço criado para a discussão de diversos assuntos relacionados à participação das mulheres africanasContinuar lendo “Por um cinema africano no feminino (III): “Um foco sobre as Mulheres Burkinabês no Cinema”*”

Vozes femininas negras no curta moçambicano “Phatyma” (2010)*

* Artigo escrito em parceria com Edileuza Penha de Souza e Ceiça Ferreira Sou forte, sou guerreira, Tenho nas veias sangue de ancestrais.Levo a vida num ritmo de poema-canção,Mesmo que haja versos assimétricos,Mesmo que rabisquem, às vezes,A poesia do meu ser,Mesmo assim, tenho este mantra em meu coração:“Nunca me verás caída ao chão”. Trecho do poemaContinuar lendo “Vozes femininas negras no curta moçambicano “Phatyma” (2010)*”

Rasgando a tela, quebrando a corrente

“O cinema é uma AR-15e nós negros brasileiros sabemos atirar”, afirmava Zózimo Bulbul, que destaca a passagem do negro, enquanto temática para a direção dos filmes. Deixando de estar à frente das câmeras para olhar de atrás delas, ao assumir a perspectiva da auto representação, Zózimo, Waldir Onofre e Antônio Pitanga, são atores que passamContinuar lendo “Rasgando a tela, quebrando a corrente”

“Mãe dos netos” – Uma narrativa de afeto e memória no cinema africano

Ouça no vento / O soluço do arbusto: É o sopro dos antepassados. / Nossos mortos não partiram. Estão na densa sombra. / Os mortos não estão sobre a terra. Estão na árvore que se agita, / Na madeira que geme, Estão na água que flui, / Na água que dorme, Estão na cabana, naContinuar lendo ““Mãe dos netos” – Uma narrativa de afeto e memória no cinema africano”

No país dos homens íntegros

Em 1984, a República do Alto Volta foi rebatizada pelo seu presidente Thomas Sankara – uma das maiores lideranças africanas, comparado na América Latina à figura de Che Guevara – como Burkina Faso ou o país dos homens íntegros, seu significado em morê e dioula, duas das principais línguas do país.  O “País dos homensContinuar lendo “No país dos homens íntegros”