
Ponto de partida: Zózimo Bubul e seu brilhante “Alma no olho” (misteriosamente esquecido nos cursos e circuitos universitários de cinema) realizado com as sobras de película da produção de “Compasso de Espera”, filme protagonizado por Bubul e dirigido por Antunes Filho. Ali o corpo é a superfície viva sobre o qual deslinda-se uma trajetória, sobre o qual incidem olhares e valores, chibata e desejo sexual — nota mental: re-assistir “Get Out”, reler “Anjo Negro” e Fanon.
Ponto de partida: ser negra, a experiência. O cabelo. Os produtos. As sessões de tortura. Os fantasmas. As piadas. O prejuízo psicológico. Fanon e Bubul, mas também Coltrane e Carolina Maria de Jesus. O corpo, o jongo e o jogo. Como se joga o jogo? O ressentimento é noviço, nocivo, se volta para dentro, causando impotência, açoitando a imaginação. Mas a raiva… a raiva é cristalina, reluzente, criativa. “Kbela” exala uma raiva especial, calma, forte e afirmativa. O SIM transfigurado, o corpo, o corpo… Exterioriza-se sob a forma de uma AÇÃO.
Luz, raiva, ação!