Crie um site como este com o WordPress.com
Comece agora

Para Zózimo, com carinho

Último Encontro de Cinema Negro com a presença de Zózimo.

Foto: minhãs mãos por Ierê Ferreira

A.Z. e D.Z.: assim poderia ser definida minha trajetória. Antes e depois do encontro com Zózimo Bulbul. Ainda que já tivesse visto aqui e ali alguns filmes africanos, foi através de Zózimo, dos filmes e cineastas que estiveram presentes nestes 10 anos de Encontro de Cinema Negro, que pude não só conhecer a história do cinema africano, mas suas muitas narrativas, dimensões estéticas e políticas. Zózimo foi a primeira pessoa que me falou do Fespaco, Festival Panafricano de Cinema e Televisão de Ouagadougou, maior festival de cinema da África. Foi também através de Zózimo que conheci nomes fundamentais da história do cinema negro, como a obra do realizador estadunidense Saint Claire Bourne, homenageado do Encontro em 2009, ou do parceiro de geração e também pioneiro do cinema negro brasileiro Waldir Onofre. Nos Encontros de Cinema Negro pude experienciar a sensação indescritível de se sentir contemplada nas telas de cinema e também na plateia. Compreendendo através das imagens em movimento um mundo de possibilidades e a urgência de interromper o racismo profundo presente no audiovisual nacional, porque sim, representatividade importa.

Com Zózimo em 2010. Acervo pessoal.

Essa é a minha história mas é também a história de uma geração. Uma geração de cineastas, atrizes, atores, roteiristas, técnicas/os, pesquisadoras/es, público, amantes do cinema que o Encontro de Cinema Negro reuniu nessa primeira década de atividade, nas salas de projeção, nos seminários, cursos, corredores e, claro, hall do Odeon. O Encontro completa 10 anos e hoje o cinema negro já não é mais um projeto, é um movimento. Não importam as adversidades pela frente, não há retroceder possível. Ao começar toda essa empreitada aos 70 anos, Zózimo nos mostrou que sempre é tempo, que é possível transformar as realidades. E cá estamos nós, celebrando, propagando e amplificando os caminhos do cinema negro no Brasil tal como apontado por ele.

Zózimo vive.

Mesa em Homenagem a Zózimo na 10a edição do Encontro de Cinema Negro: Biza Vianna, Janaína Oliveira, Mansou Sora Wade, Rigoberto Lopes, Carmen Luz, Viviane Ferreira, Antonio Molina, Joelzito Araújo e Ierê Ferreira.

Publicidade

Publicado por FICINE

O FICINE tem por objetivo a construção de uma rede internacional de discussões, projetos e trocas que tenham como ponto de partida e ênfase a reflexão sobre os Cinemas Negros na diáspora e no continente africano.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s